A solidão, para a humanidade, é um fardo autoimposto. Acreditamos viver em um planeta à deriva no vazio espacial, como se fosse um improvável oásis em um Universo inóspito. A percepção de que somos algo muitíssimo raro e especial no cosmos é a maior das ilusões. A própria etimologia do termo “universo” — do latim universum, que significa “aquilo que foi tornado um” — já aponta para uma realidade que nos escapa. O cosmos não é um amontoado casual de estrelas e planetas. Trata-se de um imenso organismo existencial, um corpo único, onde tudo, desde a poeira cósmica até a mais complexa forma de vida, está interligado, governado por uma mesma e imutável lei, a chamada lei de Deus! O erro fundamental dos homens — um produto de sua simplicidade intelectual — foi o de se isolar desse todo, assumindo que a Terra é o único local habitado do Universo.
Essa visão unilateral do mundo tem consequências diretas na vida planetária, porque gera todo tipo de distorção e injustiças nos muitos campos da experiência humana. Por não compreendermos o corpo universal ao qual pertencemos, não conseguimos edificar uma vida verdadeiramente civilizada, onde o coletivo é colocado acima do individual. O império da injustiça, das desigualdades e das crenças irracionais, que prevalece hoje, é o reflexo de um desequilíbrio profundo no entendimento das origens. O individualismo é a doutrina predominante.
O sistema solar, com sua estrela, astros e planetas, é um corpo e, do mesmo modo, o Universo é um sistema de galáxias em perfeita harmonia. A humanidade, pela mesma lei, é um ser coletivo, mas nossa ignorância nos impede de viver em harmonia, uns com os outros, tornando-nos vítimas de conflitos e tragédias cotidianas que se multiplicam e afligem pequenos e grandes. Não se pode mais negar a existência de uma inteligência criativa que antecede tudo isso. Ela é a causa das causas e mantém a história em desenvolvimento, os fenômenos em plena execução no cosmos.
A grande crise que se aproxima, a que chamamos Apocalipse, não será o fim da humanidade, mas um ajuste doloroso e inevitável para os povos restabelecerem a natural harmonia do homem com seu Criador, afinal, o próprio Cristo asseverou: “sois deuses”. O planeta não segue seu curso existencial sozinho e ao acaso. Desde os primórdios, inteligências superiores, habitantes de outras esferas, acompanham o desenvolvimento da civilização. Sua intervenção se manifestará objetivamente em breve tempo. A vida na Terra não será destruída, mas movida para um novo patamar. O anseio por uma verdadeira justiça, o chamado “clamor dos pobres”, que hoje parece impossível, será atendido em plenitude. Os sistemas imperfeitos, criados pela mente humana, serão substituídos por formas mais elevadas de vivências, como as que existem em civilizações mais avançadas.
Portanto, o caminho para a nossa “salvação” não está em lutar contra um destino incerto, mas em abrir nossos olhos e ouvidos para ouvirmos as vozes dos céus. Deixemos de lado os velhos preconceitos dos cientistas e religiosos para entendermos que a vida é universal e que isso não diminui, mas dignifica o homem, colocando-o como habitante da Criação, e não somente morador desse pequeno e isolado planeta. O que se manifestará nos céus e “todo o mundo o verá”, não será nenhum “milagre”, no sentido irracional da crença, mas a visita e ação concreta de uma civilização mais avançada, que vai nos ajudar a sair do desastre que nós mesmos causamos. A esperança agora reside em reconhecer a unidade de vistas em todo o Universo e na redescoberta da ciência de Deus. A humanidade, enfim, viverá em harmonia com as leis eternas da vida e fará parte do grupo de civilizações que se comunicam e se auxiliam mutuamente. Na casa do Pai há muitas moradas, disse o Senhor!
Atualizado em 27-10-2025