A tragédia humana

Nossa humanidade caminha para um abismo, não por falta de esforço do homem ou por uma maldade desejada. Não se pode negar que há esforços em toda parte na busca pela verdade e pela justiça. Entretanto, a verdadeira tragédia da nossa época reside em algo muito mais sutil: o desconhecimento das leis fundamentais que regem a vida universal. Essas leis existem? Sem dúvida, e o conhecimento delas está somente no início. Vivemos em um planeta dentre milhares de milhões em nossa galáxia, mas agimos como se fôssemos o único mundo habitado do Universo.

As crises que se manifestam no cotidiano, de injustiças crônicas, conflitos, colapsos ecológicos e outras tantas, são somente sintomas de uma causa mais profunda: a ignorância sobre nossa verdadeira origem e o lugar que ocupamos no cosmos. Essa falta de conhecimento elementar nos torna vítimas de uma realidade que não compreendemos. Causamos nossa própria desgraça. Somos membros de um corpo universal, cujas regras nos escapam. E o motivo é o desinteresse do homem ou sua ignorância pelas instruções que vieram dos céus.

A história terrena é uma coletânea de conquistas e avanços inegáveis. A ciência nos permitiu dominar os elementos, subimos ao espaço e a tecnologia nos mantém conectados em uma rede global de comunicação. No entanto, o que vemos não é o florescer de uma civilização sustentável, que beneficia a grandes e pequenos, mas a repetição incessante dos mesmos erros, guerras, injustiças, vícios morais destrutivos, que se multiplicam sob a bandeira do que chamam “liberdade”.

O homem, sem o saber, caminha rumo a um abismo, porque a maneira como ele compreende a vida está profundamente equivocada. Ele se esforçou, sim, mas usou o conhecimento para edificar sistemas de vida que, na sua essência, ignoram as leis universais, premiando os mais espertos e poderosos do cenário terreno. E, por isso, a vida se desagregou e está fadada à destruição. Os sinais dessa falência são as tragédias diárias que se desenrolam diante dos nossos olhos.

A questão é complexa. Reside em como o homem, em sua limitação evolutiva, tenta entender a mensagem dos céus, quanto às suas origens. A verdade sobre o Universo e os mundos habitados, transmitida pelas Escrituras Sagradas, foi confundida pelas crenças, dando origem à teologia das religiões. Suas doutrinas, dogmas e rituais, obscureceram a ciência de Deus, tornando os ensinamentos praticamente ineficazes. A ideia do sobrenatural, formulada pela ignorância das religiões obscureceu o entendimento da verdade. Não existe o sobrenatural. A relação da nossa humanidade com outras esferas existenciais é muito natural.

O que deveria ser um caminho de razão, conhecimento e comunhão com os variados níveis de inteligência da Criação, tornou-se um sistema de fé cega, ritualístico, que separou o homem das leis fundamentais que sustentam as civilizações do Universo. Ao longo da história, essa confusão de conceitos (ciência e sobrenatural) nos fez perder os rumos e as possibilidades reais de uma vida genuinamente civilizada. O equívoco está na forma como o homem entende a própria existência. Por desconhecer sua origem, seus fins e sua destinação cósmica, o ser humano vive uma vida destituída de sentido e certezas.

A consequência direta desse equívoco é a crise ética sem precedentes que agora vivenciamos em todos os cantos do planeta. Uma grave doença moral acomete todos os níveis da vida social, desde o mais rico até o mais pobre, o ignorante e o letrado. Chega a ser ingênuo, que diante da ordem universal, observada em todos os lugares, a liberdade seja considerada o ato de cada cidadão fazer o que bem entende.

Cega para a sua real natureza e posição grandiosa no Universo, a humanidade criou um mundo que se move por princípios opostos à verdade dos céus. Conflitos políticos, desigualdades, crises ambientais e morais não são acidentes de uma época, mas a colheita inevitável de uma semeadura ruim. A tragédia se completa quando o homem nega a verdade eterna, afastando-se de tudo o que se chama “Deus”, tornando-se vítima de um “espírito” de injustiça e de morte que ele mesmo gerou, e que agora o conduz para o abismo.

A manifestação mais evidente do desastre para o qual a humanidade caminha é a polarização política e social, que exacerba ânimos em todo o planeta. Impulsionado pelo comércio desmedido e influência nociva das redes sociais, um espírito de vaidade e individualismo se apoderou das mentes. Os homens, sem consciência do próprio atraso evolutivo, usam os modernos meios de comunicação para alimentar esse ambiente psíquico desagregador. O resultado dessa semeadura é a disputa, a divisão e o ódio entre as pessoas, onde o diálogo se esgota rapidamente e a razão é substituída pela paixão. A humanidade, acreditando avançar para o futuro, se aprofunda no “inconsciente coletivo” da destruição, tornando-se escrava do mal que ela mesma criou.

A grande crise, no entanto, não será o fim da história, mas o prelúdio de uma nova era, dominada pela razão e sabedoria. As doutrinas dos homens, exauridas e incapazes de oferecer uma saída real, darão lugar a uma verdade mais profunda, que emana das Escrituras Sagradas e que descerá dos céus em abundância. A humanidade está sendo levada, por meio da dor e da provação, a um Juízo que não é de condenação, mas de avaliação e aperfeiçoamento. A solução não está em mais tecnologia, melhor distribuição de rendas, nem em novas ideologias, mas na redescoberta das leis universais da vida. A principal delas é a lei do amor. Nossa esperança reside na chegada da nova era, o reencontro com a ciência de Deus, para que, das cinzas do mundo velho, venha nascer a nova civilização que, enfim, viverá em harmonia com as leis eternas da vida e, no futuro, visitará as estrelas do firmamento.

Atualizado em 11/10/2025