A nova terra

Todas as doutrinas, políticas e sistemas de vida parecem exauridos, incapazes de oferecer um norte à humanidade. A vida, em todas as nações, está mergulhada em instabilidade social, injustiças crônicas e em comportamentos anômalos que se manifestam tanto no plano individual quanto no coletivo. Não são poucos os que tentam, a seu modo, explicar a causa de tantas discrepâncias. Todos parecem perdidos, navegando sem rumo e sem saber a razão profunda pela qual a humanidade se aflige. Essa falência não se manifesta somente no sistema político ou no econômico, mas na maneira como o homem entende a vida. O mundo e seus governantes, agem como se a finalidade do existir fosse a disputa por dinheiro, glória e poder. Mas se fosse assim, por qual razão os países desenvolvidos, onde a renda é distribuída e a fartura é aparente, estão mergulhados na mesma miséria moral de outros mais pobres? Parece que a questão não é ter, mas ser.

A Terra, em sua jornada evolutiva, é um planeta novato. O homem, sequer sabe quem é, de onde vem ou qual sua missão na Criação da qual pertence. Ele simplesmente vive, submerso em um ciclo de nascer e morrer sem propósito aparente. Atravessa a fase da inconsciência universal. No entanto, o exame acurado das Escrituras Sagradas, quando desprovido das crenças e superstições, revela a origem transcendente do ser humano. O homem é, acima de qualquer outra questão, uma alma. É oriundo da fonte de todas as coisas, nascido do próprio Deus, seja ele o que for e como for. E, se é assim, ele – o homem — participa, de algum modo, da imortalidade, da transcendência e da eternidade desse Ser perpétuo que cria incessantemente.

Saber que somos almas, ou seres imateriais, vivendo na dimensão relativa existencial do espaço-tempo, nos coloca como partícipes e membros de um todo. Não estamos jogados na Terra ao acaso, mas fazemos parte de sua história. Somos, em verdade, conectados à totalidade da Criação, assim como os demais seres vivos deste e dos outros lugares imagináveis do Universo. Nascemos constantemente, vida após vida, para seguirmos o movimento evolutivo do cosmos, que nos impulsiona, a cada segundo, para estágios mais avançados de conhecimento e, por consequência, de felicidade.

Ocorre que o mundo nada sabe disso. As religiões, que se apoderaram da mensagem dos céus, esconderam ou nunca entenderam a verdadeira essência da vida eterna, da relatividade das coisas, do tempo e do espaço. Contentaram-se com a crença irracional e com a promessa de um paraíso beatífico ou inferno dantesco, destinos obscuros que o homem é levado a aceitar, por desconhecer a verdade.

A Terra, portanto, precisa ser renovada em todos os seus aspectos, nos eventos do fim do mundo, com a morte desse sistema velho de coisas. O fim do mundo não é um evento inesperado. Os mensageiros dos céus falaram desse desfecho em diversas ocasiões, e suas palavras estão anotadas nos textos sagrados. Será assim, porque é assim em todos os mundos habitados, período em que o homem desperta para a verdadeira vida.

A vida velha, baseada na brutalidade, na força, na ignorância e nas distorções do conhecimento, vai perecer para poder surgir o mundo novo. É chegado o dia do Senhor, o qual é dos céus. Não os céus das crenças, mas os da a vida universal que pulsa em todos os lugares da Criação. A nova humanidade será uma civilização iluminada pelo saber a respeito da vida, da existência contínua e da morte física, que nada mais é do que um passo a mais, rumo ao futuro. Morremos para viver, e viver para sempre. Seja bem-vinda, nova Terra.

Atualizado em 09-10-2025